cada vez mais tenho dado conta que a desescolarização é parte de uma grande mudança de paradigma: a massificação
para controlar - dominar pessoas, é necessário massifica-las
criar população, criar a massa
e não existe população e nem massa na natureza
existem singularidades
cada vez que presencio o nascimento de um bebê em um parto natural assisto uma mulher singular parindo e um bebê singular nascendo
ali se comprova a não massificação da vida e das pessoas
precisamos exercitar nossa singularidade
deixar de querer fazer parte da massa
seja a massa da classe media
seja a massa dos alternativos
não precisamos nos juntar em massa para criar condições de vida potente
paradoxalmente, é na singularidade que aceitamos a diferença
é na singularidade que nos unimos verdadeiramente, sem interesses, muletas, especulações
a monocultura é a massificação da agricultura, é o empobrecimento do solo, e do alimento
estamos sempre buscando nossa monocultura, nossa turma, os iguais, a igualdade
é na diferença que a vida acontece de modo potente
na diversidade a vida criativa acontece
o ser singular não é um individuo fixo, que não muda porque não quer perder sua individualidade
o ser singular se diferencia de si mesmo constantemente, se cria, se auto produz, vida afora
nem por isso é um ser inconstante, mas sim atualizado com tudo que lhe atravessa, que chega aos seus sentidos
é o ser do presente
na singularidade encontramos o universo dentro de nós
e sentimos a cada mudança em nós, o universo em movimento
voltamos para nossa velha questão
o trabalho é em nós
a mudança é em nós
em cada um de nós
não precisamos de um mundo perfeito para encontrarmos a perfeição
a perfeição pode acontecer imediatamente em nós
e como a realidade não existe e sim insiste
é necessário insistir na realidade da perfeição da vida constantemente
sempre em mudança, em movimento e alinhada a potencia da vida
desinvestindo em nós a busca de sermos parte de uma massa
nossas ações serão outras, nossas emoções serão outras, nossa vida será outra
assim não precisaremos desejar a igualdade e sim afirmar e aceitar incondicionalmente as diferenças
assim não precisaremos de justiça, nem de leis eficientes, nem de policiais gentis
seremos livres